quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Gaby!

Oi para você!
Eu sou a Gaby, a princesinha linda da dinda!
Nasci hoje, 24 de outubro, 9:32 da manhã.
Peso 2,700Kg e tenho 49cm.
Um beijinho para todos!

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

A sombra.

Um continho de assombração - não me julgue, sei que parece um drama, mas na falta de qualquer outra coisa para escrever, foi isso mesmo... Detalhe: escrevi para minha aula de redação. :$

A casa não era tão antiga. Foi construída há uns quatro anos, quando o bebê nasceu. Era bonita até, de madeira reforçada, pintada de amarelo vivo que contrastava com as grossas portas marrons. A entrada dava para uma sala ampla com grandes janelas, onde agora se via apenas um velho sofá e uma mesinha, outrora suporte da televisão. Um pouco além, exatamente no meio da casa, era a cozinha. Duas bonitas cadeiras de madeira, empoeiradas pela ação do tempo, jaziam no ambiente, e nas paredes ainda permanecia a marca da disposição dos antigos móveis e utensílios. Todo o resto fora levado dali.
O primeiro quarto era do casal e, por sinal, foi o único que se mantivera intacto. A bela cama estilo Luis XV repousava ao lado da porta com os pés voltados para a janela e ocupava duas paredes, tomando conta de quase todo o espaço, sobrando apenas uma parede lateral para o guarda-roupa vazio e o antigo aquecedor a gás. Os outros dois quartos eram banhados apenas com a penumbra do anoitecer e revelavam as sombras das árvores do quintal.
Fazia tempo que ele não entrava na casa. Desde o dia que ela tinha carregado tudo e ido embora com o seu pequeno bebê, há um ano. A imagem daquele lugar, que um dia fora um lar feliz, chegava a lhe dar arrepios. As teias de aranha e o pó eram os novos habitantes e não pareciam dispostos a sair.
E, por pior que fosse a situação, ele sabia que teria que ficar ali, já não tinha para onde ir. O ano que passou na casa de reabilitação tinha sido lento e doloroso, e agora, curado, deveria seguir em frente.
Receoso deu um passo na sala, tentando adaptar-se à nova situação, e um rangido fino e dengoso tomou conta do ambiente. Tinha até esquecido como fazia barulho aquele chão de tacos. Criou-se uma sinfonia em cada passo dado. Olhou para fora a procura de algum passante, mas tudo que viu foi o balanço, cada vem mais intenso, das árvores. Aquele final de tarde de julho era o típico dia de inverno. O vento tomava cada vez mais velocidade, fazendo com que as árvores emitissem um murmúrio longo, quase uma canção selvagem.
Preparou-se para dormir. Lavou o rosto no pequeno banheiro que ficava entre o seu quarto e o antigo quarto do bebê. Seria o tamanho do banheiro, motivo de briga constante, que teria feito com que ela fosse embora? Agora os lamentos já não adiantavam. Ligou o aquecedor, que por sorte ainda funcionava e rapidamente esquentou o ambiente. Deitou-se na cama, no seu lado direito de sempre. Com uma mão puxou a porta e a fechou completamente. Apagou a luz e procurou esquecer o que o ano que passou não conseguiu. Precisava, pelo menos naquela noite, dormir em paz.
Adormeceu. Os sonhos começaram a rondar sua mente. Seu menininho foi o primeiro que tomou forma. Os primeiros passinhos, a risadinha gostosa que fazia cada vez que ia tomar banho. Um delicioso filme em câmera lenta. Ele havia decidido não tomar mais o remédio, precisava sonhar. E aquele sonho era muito bom. Sua esposa sorrindo, marcando as bochechas sardentas daquele rosto tão delicado.
O coração dispara. A imagem daquela sala vazia, depois de um longo dia de trabalho, volta a sua mente. O desespero toma conta de sua alma e o ritmo incessante da chuva que jorra lá fora o conduz para a busca desenfreada de uma explicação. Ela saiu sem deixar rastros e ele foi atrás. E o encontro foi trágico. A cena do caminhão tombado repercutiu sua mente e o barulho do vento em contato com as paredes de madeira ficava cada vez mais forte. Os galhos das árvores batiam com violência na janela, coberta com uma fina cortina branca. Eles haviam morrido naquela noite, um ano atrás. Ela jamais deveria ter saído daquela forma de casa e levado seu pequeno tesouro junto.
O som da batida do caminhão misturou-se ao angustiante som da chuva. Apavorado, acordou molhado com o suor que saía de cada parte de seu corpo. Estava encharcado, como se estivesse estado na chuva. Olhou o reflexo produzido pelos raios através da cortina e teve medo. Fechou os olhos, na expectativa de que aquilo fosse um sonho. Lentamente os abriu e como sorte tudo se acalmou. Os últimos pingos de chuva foram ficando serenos e ele tentou adormecer novamente. Somente o barulho de madeira ficou no ar.
Então um frio estranho, penetrante, invadiu o quarto e fez com que ele tivesse calafrios. Era inexplicável aquela sensação já que o aquecedor estava ligado no ponto mais alto. Levantou, verificou que o aparelho funcionava normalmente e tornou a deitar. Mas aquela sensação depressiva e angustiante continuava. Não havia ninguém ali que pudesse ajudá-lo. Ouviu então, passos. Um alívio tomou conta do seu ser. Era reconfortante ter alguém por perto. Mas quem estaria rondando a casa na calada da noite? Tremendo de frio fez um esforço e foi abrir a janela. Não viu ninguém. Estaria ficando louco? Recolheu-se no meio das cobertas, quase em posição fetal. Silêncio outra vez. Seus sentidos já não correspondiam à realidade. Uma forte batida na porta da frente lhe fez tremer. Estavam tentando lhe pregar uma peça, sabia disso. Tentou relaxar e não parecer impressionado. Mas o medo, ah o medo. Ratos, uma casa há tanto fechada deveria ter ninhadas deles. Passos. O barulho de salto alto em contato com o chão caminhando lentamente em direção ao quarto o surpreendeu em meio a seus devaneios e deixou sua respiração ofegante. Sabia que havia trancado bem as portas. Recolheu-se novamente e cerrou firmemente os olhos. Que peças mais o destino havia de lhe pregar? Um suave rangido penetrou em seus ouvidos. Era a porta do quarto abrindo vagarosamente. Sentiu um suspiro frio no pescoço e gelou. Escutava, vindo do quarto ao lado, o choro intermitente de uma criança. Soava como melodia. Ela estava de volta, enfim, agora sim poderia descansar.

domingo, 21 de outubro de 2007

Sinto vergonha de mim!

Sinto vergonha de mim por ter sido
educador de parte desse povo,
por ter batalhado sempre pela justiça,
por compactuar com a honestidade,
por primar pela verdade e por ver
este povo já chamado varonil
enveredar pelo caminho da desonra.

Sinto vergonha de mim por
ter feito parte de uma era
que lutou pela democracia,
pela liberdade de ser
e ter que entregar aos meus filhos,
simples e abominavelmente,
a derrota das virtudes pelos vícios,
a ausência da sensatez no
julgamento da verdade,
a negligência com a família,
célula-mater da sociedade,
a demasiada preocupação
com o "eu" feliz a qualquer custo,
buscando a tal "felicidade" em caminhos
eivados de desrespeito para com o seu próximo.

Tenho vergonha de mim pela
passividade em ouvir,
sem despejar meu verbo,
a tantas desculpas ditadas
pelo orgulho e vaidade,
a tanta falta de humildade
para reconhecer um erro cometido,
a tantos "floreios" para justificar atos criminosos,
a tanta relutância em esquecer a antiga posição
de sempre "contestar",
voltar atrás e mudar o futuro.

Tenho vergonha de mim pois faço
parte de um povo que não reconheço,
enveredando por caminhos
que não quero percorrer...

Tenho vergonha da minha impotência,
da minha falta de garra,
das minhas desilusões e do meu cansaço.
Não tenho para onde ir
pois amo este meu chão,
vibro ao ouvir meu Hino
e jamais usei a minha Bandeira
para enxugar o meu suor
ou enrolar meu corpo
na pecaminosa manifestação de nacionalidade.

Ao lado da vergonha de mim,
tenho tanta pena de ti,
povo brasileiro!

"De tanto ver triunfar as nulidades,
de tanto ver prosperar a desonra,
de tanto ver crescer a injustiça,
de tanto ver agigantarem- se os poderes
nas mãos dos maus,
o homem chega a desanimar da virtude,
A rir-se da honra,
a ter vergonha de ser honesto"
Rui Barbosa
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Odeio tevê. Não assisto, não gosto. Que publicitária! Sempre fui meio pé atrás de comentar isso com as pessoas, elas se assustam geralmente. O que eu faço quando não estou trabalhando? Ver tevê é quase uma obrigação. Isso e saber quem matou a Taís. Quem matou?
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Devido ao mal tempo, os Jogos da UniBrasil – comento na próxima, merece – foram cancelados e voltei mais cedo para casa. O aparelho estava ligado na sala e, cansada, fui assistir um pouquinho de qualquer coisa que passasse. Canal 11 da tevê a cabo, Show do Tom. O personagem João Canabrava estava distribuindo R$50,00 para o ‘felizardo’ que cantasse, pelo menos, um trecho do Hino Nacional Brasileiro. Um conseguiu. Fiquei satisfeita, apesar do resultado. Aprendi variações jamais imaginadas!
“Ouviram no Ipiranga mangas plásticas”
“Ouviram do Ipiranga as margens flácidas”
“De um povo herói com o prado relutante”
“E o sol da liberdade, em raios fungos”
Sim, também pensei em um concurso cultural para uma nova letra. O novo Hino teria apenas uma estrofe, mas, vejam, todos cantariam. Que glória. Aleluia irmãos!
O grande Rui Barbosa, aqui, me é ilustração. E reflexão, com seu texto datado do início do século XX.
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Perdoe-me, ó Pai, mas, alguém ai me empresta um livro?

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Dói.

Mamãe brigou comigo. De novo. Não posso falar mal de ninguém, que saco! O motivo: ofende as pessoas. Ela leu minha declaração de amor, logo ai embaixo. Nas suas palavras, tem muita gente que gosta e eles são um exemplo de perseverança para o Brasil. A música atinge as diversas classes sociais e as pessoas esquecem os problemas. Sempre tem uma desculpa! Boa menina que sou (essa copiei de um professor), só contesto com argumentos.
Entrei no site do Zezé Di Camargo e Luciano, o oficial. Uma graça. Conta a história da dupla, mantém um calendário atualizado de shows, tem espaço para o fã-clube, cifras – iniciei as aulas de violão! – e explica o motivo de tanto sucesso. Concordo com a Dona Zê, eles são um exemplo de perseverança. E só.
Perdi a inocência. Sempre acreditei que minha mãe tinha razão sobre tudo. Foi um susto. Juro: ficaria feliz de escrever sobre os diversos projetos sociais da dupla. Comentar as fotos com criancinhas e aquela balela toda. Nada. Mas se você quiser comprar um CD ou DVD, o link da Americanas ocupa ¼ de página.

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Meio nua, meio tampada.

Esporte deve ser assim: confraternização de amigos. Joga quem quer, e por diversão. Nada de meias-palavras, muito menos meio-vocabulário. Estudiosos, batalhadores. Abra a boca para profissionalização. Cartão vermelho!
Tenho uma bronca tremenda com ‘peixe’ que aprende a fazer embaixadinha e vira astro. Cem mil por mês é só a despesa da casa. Aliás, que casa! Claro, fico aguardando a empresa que o tal vai abrir. Gerar empregos, para quê? Coisa boa é tevê, cerveja gelada e ver ‘os cara jogar’. Hum, amendoim torrado.

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

É a sua indiferença...

Comecei a gostar de Zezé Di Camargo e Luciano. Gostar não, admirar. Explico. Sábado ensolarado e aquela fome, estava sem almoço e uma hora daquela nem valia a pena fazer comida. A salvação era a panificadora, lógico. Empolgada pedi o de sempre: x-egg sem hambúrguer e sem presunto, com queijo extra. A maionese dessa panificadora é o toque especial, fica delicioso.
Então, sentada aguardando, veio aquela vontade de conversar. A atendente estava descartada, coitada, mal piscava tentando não esquecer o que não podia colocar no sanduíche – é difícil, de verdade.

Foi quando escutei uma música (ou um ruído?) e logo reconheci, era a dupla. Mas essa melodia, essa letra, sem palavras! Fui tocada profundamente. O nome da música é “Indiferença” - fiquei sabendo por intermédio da atendente, entre duas fatias de tomate e uma folha de alface. Transcrevo aqui um trecho de profunda genialidade:
É a sua indiferença que me mata. É uma invasão, um nó dentro de mim. Coração divide em dois na sua falta. Uma parte é o começo a outra o fim”.
Impressionante. Que descoberta! Uma parte é o começo a outra o fim. Nem mesmo os mais profundos estudiosos poderiam suspeitar que de um lado é o começo e no outro o fim. Nossa.
E são essas letras que movimentam nossa Indústria Cultural. Tom, Chico e Caetano são acasos da natureza quando uma obra dessas é apresentada. Vinicius, coitado, vira um ‘sonhador’ diante de tanta riqueza sonora. Bom senso?

O sanduíche estava muito gostoso, mas veio com presunto. Deve ter sido a lembrança do ex, embalada pela doce canção, que fez a pobre Rosangela esquecer esse detalhe.