quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Ao amor!

Amor não é aquela coisa louca, desesperada.
Talvez paixão seja isso, como já diria vovó Rita Lee.

Amor é aquela coisa gostosinha, um humanismo extraordinário que nos faz tentar ser melhor. Amor é um passeio de mão dada. Um dia de frio, encolhidinhos, escutando o barulho da chuva. Leitura a dois no parque. Um beijo estalado. Um abraço quando você mais precisa. Amor é tanta coisa. E ao mesmo tempo não é nada, se você não se doar. Amor é um clichê.
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Todo esse amor é para falar do dia 24 de dezembro, véspera de Natal. Foi um dia especial. Não pelo mito da religião. Mas porque a Gaby fez seus dois meses. E o meu irmão noivou. Foi bonito, só nossa família. Acolhedor. E todo mundo chorou. O melhor presente, entre tantos.

No mesmo dia, minha amiga Bia ganhou uma bela aliança também.
Esse é o espírito de Natal. A partilha, a crença.
E tem também a Sheila e o Rodolfo. Instantâneo e fatal. Trocaram alianças um pouco antes desse 24 de dezembro e estão em eterna lua de mel.

Hearts, do Jim Dine, Kiss, do Roy Lichtensterin e as palavras do Veríssimo concluem meu pensamento.
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Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. O romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando, porque embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Falando em 2007...

O ano foi um meio termo incrível.
Nunca vivi tão intensa e loucamente como em 2007.

Lá no comecinho larguei o emprego que amava, uma leve questão de stress. E o teatro, minha paixão da vida toda. Nenhum dos dois foi uma perda memorável, mas tudo seria bem diferente - e como seria! Em meados de maio comemorei um ano de ex-noivado, e ali, juntinho, dei tchauzinho a um cara que definitivamente não merecia minha companhia.

Vendi o pequeno Haroldo Jr, meu celta de estimação. Ah, quanta adrenalina! Certamente a maior saudade desse ano. Valeu a pena, ano que vem tem apê na área!

A parte boa do primeiro semestre, talvez a única, foi retomar a grande amizade com a Sabrina Magalhães, uma louca que conheci lá na UTP, nos primeiros anos de Publicidade, uns sete anos atrás. De capiau do Rio Grande do Sul ela virou uma estrela, lá da G/Pac. E Deus abençoe a América!

No final do primeiro tempo completei meus 23 anos. No mesmo dia que tia Dercy Gonçalves fez os seus 100. Fica a dúvida se a loucura vem pelo dia ou pelo excesso de coca-cola.

A segunda metade do ano foi fenomenal.

Em julho comecei o curso de jornalismo, lá na UniBrasil. Confesso que a publicidade é uma paixão, mas jornalismo virou aquele amor, que você faz juras eternas e assina a comunhão total de bens. A parte engraçada é que sempre me falaram vai lá, faz jornalismo, você gosta de escrever. E sempre neguei. Idiota. Tomei né.

No curso conheci alguns entusiastas. Amizades tão boas. Entrei para o Midiabólicos, a convite do Victor, que me trouxe outra visão do jornalismo. Fiz uma porção de exemplares do Capital, junto com o Rafael e algumas canecas de café. Briguei, algumas vezes, pelo meu jeitinho literário de ser. Mas valeu, tudo valeu.

Entrei para a turma da caverna. Conheci o Loyola Brandão, Tony Bellotto e o Arnaldo Antunes, pelo Midiabólicos. Fui numa corrida de turfe. Usei All Star e uma camisa do Chapolin pela primeira e única vez na vida. Vi o Chico de pertinho. Fiz minha inscrição na pós - comunicação, cultura e arte. Comecei alguns empreendimentos e conclui algumas loucurinhas. Deleites.

E o mais importante, ganhei uma afilhada linda e esperta, chamada Gabrielly, filhota do meu irmão super apressado. E ela tem o meu nariz empinado e minha boca pequena. Aiai. Minha mãe fez seus 50 anos e pirou de vez! Uma Rita Lee dos avesos. E meu pai foi pra mesa cirúrgica. Foi e voltou, uns 10kg mais magro e bonito. Aprendeu que com saúde não se brinca. O Ro, meu melhor amigo e confidente, foi para a Espanha e me deixou com saudade. Minha irmã completou 8 meses de namoro e entrou para a faculdade. Tudo que eu fiz de errado, ela vai fazer de Direito.
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O Natal foi bom. Lá na chácara. Meus pais, irmãos, cunhados e a pequena Gaby, que competiu com a tia Fran o papel de mamãe noel.
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E essa ultiminha semana me é inspiração para escrever, depois de todo um turbilhão emocional. A primeira imagem é do John Clem Clarke e depois vem a do Kosovsky, chamada Fluo Flowers, todos pop art, a inspiração para o próximo ano.

Como diria uma dupla, um Brian 2008 para você!

Mundo, voltei!

O mundo estava meio borococho. Mas agora acabou!

Entrei numa fase pop art, um rebelião interna, igual ao movimento. Claro que Andy Warhol, Roy Lichtenstein e Robert Rauschenberg eram uns caras bem mais certos do que eu - ou não. Enfim, o importante é que vejo o mundo com outros olhos. Uma forma bem mais leve e divertida de ser.

Meio óbvio que não vou criticar a sociedade por causa do consumismo. Seria como transformar quatro anos de faculdade numa música funk. Vou fazer da palavra minha tinta acrílica e falar do mundo. Delicioso hem!

A imagem é do Tom Slaughter e chama New York City.

E chega de papo morno!

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

cícero disse...

Nunca estou mais acompanhado do que quando estou sozinho.

orison swett marden disse...

As coisas não mudam, nós é que mudamos. O início de um hábito é como um fio invisível, mas cada vez que o repetimos o ato reforça o fio, acrescenta-lhe outro filamento, até que se torna um enorme cabo e nos prende de forma irremediável, no pensamento e ação.

clarice lispector disse...

Minha alma tem o peso da luz. Tem o peso da música. Tem o peso da palavra nunca dita, prestes quem sabe a ser dita. Tem o peso de uma lembrança. Tem o peso de uma saudade. Tem o peso de um olhar. Pesa como pesa uma ausência. E a lágrima que não se chorou. Tem o imaterial peso da solidão no meio de outros.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

cristovão tezza disse...

Acho que a internet está exigindo que as pessoas
tenham de escrever cada vez melhor.
Elas têm de praticar.
A escrita voltou a ser um valor social.
E quando isso acontece, todas as forças começam
a trabalhar nessa direção.

Qualquer estrela

Vou convocar todas as estrelas,
das mais belas às vagabundas,
todas com seu brilho
rico, tênue ou vulgar,
o céu mais azul,
de azul dolorido
em meio a parabólicas.
satélites, dores
e a gordura da lua

A lua barriguda
tecida num pasto vivo,
vivo de ardume, cardume e alma
pleno de estrelas vadias
o cintilar arrumado
em um cinto que rodeia
desordenado
o teu corpo

Nilson Monteiro, jornalista.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Do Pequeno Príncipe...

A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo já pronto nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!

clarice lispector disse...

Cortar os próprios defeitos pode ser perigoso.
Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta o edifício inteiro.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Um suspiro.

Tenho tanto para escrever. Acho que não vou escrever nada. Estou cansada, exausta.
O que me preocupa, disso tudo, é que não estou tendo tempo para mim. Tempo sempre foi uma coisa tão importante, algo muito maior que a vida, que o ser. Um desabafo em meio ao tumulto. Solidão, pura e simples.
Hoje chorei. Algumas das minhas vaidades sucumbiram, algumas das minhas paixões morreram e o que eu sempre neguei, estou aceitando. O mundo está perdido.

t.s.eliot disse...

A poor poet imitates,
a good poet steals.